terça-feira, 21 de junho de 2011

Arte que vem dulixo _ Tubarão



Do mundo sou o imundo...o lodo...a podreira ...
o que dá nojo...a lama...o resto de feira...
o móvel velho e tronxo...a camada de poeira...
sou dejeto...sou incomodo...
o que atrai ave de mal agoro...
miolo de saco preto...o chorume que escorre pro centro...
o barro no tapete vermelho...a cara feia do espelho...
o estorvo na esquina...
a fumaça que irrita a retina...
vírus que dissemina e contamina...
sou água parada...empossada...
o mal cheiro que exala da vala lotada...
sou caixa de papelão amontoada...
amassada...vazia e pesada...a preço de nada...
o que virou cama na calçada...
sou coisa sem uso quebrada...
entulho do quarto da empregada...
pros mais entendidos...sou resíduo...
sólido ou liquido...gasoso ou pastoso...
cuidado posso ser venenoso...
sou inquilino de terreno baldiu...
aquilo que um dia serviu...o que você consumiu...
a fruta estragada que do pé não caiu...
entulho na margem do rio...
sou problema ambiental...social...
obsoleto virou banal...
esquecido em qualquer quintal...
o que pode te fazer mal...sinonimo de marginal...
o que não foi reciclado...
abandonado depois de usado...
desvalorizado...pelo tempo o quadro desbotado...
Mas não me dei por rogado...
O que não mata engorda...já diz o ditado
Peguei todo esse lixo que a mim foi doado...
Fiz dele minha arte e deixei meu legado...
Pra eu estar em movimento...é só não ficar parado
Mas por você...fui subestimado...
É só olhar pro passado...
Se eu tivesse te escutado...
Hoje estaria ao seu lado...
Mas cá pra nóiz tiu... lugar de vencedor...
Não é junto de derrotado.

* Tubarão é mais um poeta nesse mundo louco. Conheça mais sobre o poeta acessando o blog DuLixo


Um comentário:

  1. Salve Carol....agradecido pelo espaço...tamo junto...paz e luz na caminhada...bless


    Tubarão Dulixo

    ResponderExcluir