terça-feira, 17 de agosto de 2010

Devaneios Urbanos - Por L. Moraes





Entendo que cada vez mais, com efeito, a distância entre o que somos e o que um dia pretendíamos ser é maior, então vejo que o egoísmo chega a ser uma questão de amor próprio. E acabo em conclusão fatídica, que se há diferença entre a situação do amante para o amado, amar mais o sentimento que o objeto é apenas uma questão de perspectiva.

Eu gosto de me declarar, de viver um amor eterno. Ainda que os personagens mudem, o amor é estático. Gosto de me declarar, gostar de dar amor, de fazer a pessoa se sentir amada e sem brincar com os seus sentimentos, pois com efeito, digo a verdade, gosto de elogiar e todas as belezas que merecem ser amadas, egos que precisam de massageados e é fato, que todos têm belezas a serem elogiadas.

Quando os amores acabam, as paixões cessam, o amor não vira ódio, nem raiva, porque é impossível esta mutação de amor em ódio, o que acontece é o desamor e enquanto o amor não vira desamor, as paixões podem ser reconstruídas, vividas.

No momento em que não temos o amor da nossa vida, ele é paixão incessante, luz intermitente, vontade de ser feliz, é objeto razão e justificativa da tristeza e suposta resposta para uma vida melhor. Não existem falhas, contudo, ao ato da conquista se segue a humanização do ser perfeito e amado, defeitos, erros, desencontros. Os amores por maiores, salvadores e eternos, sempre serão amores terrestres, humanos e defeituosos.


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