segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Cordel do Cabra Braba




o meu verso tem a cor
que olho ruim não vê
tem o danado sabor
do chocolate a derrete...
penso verso, canto prosa
na cidade apagada
e se a ferida coça
é poeticamente iluminada

verso fome, verso amor
canto triste comfrequencia
não esqueço dessa cor
curável com consciência
sem perder a esperança
jogo flores no caminho
pois já sei desde criança
toda rosa tem espinho

e esse tal eu enfrento
todo dia com coragem
e eu me lamento
se esquecem do Sabotage
que dizia para nós
que o Rap é compromisso
e se o Rap é nossa voz
eu me importo com isso

e penso em nossa gente
e no mal que a ela cega
não vendo que a serpente
a ela tudo nega
uma serpente traíra 
chamada televisão
que faz aumenta a ira
do povo desse mundão

desligue a tela com pressa
por que ela não educa
vem com toda uma conversa
de deixa lelé da cuca
"emagreça, compre mais
não deixe a máquina para
seja igual aos demais
pro sistema funciona"

a serpente separa
ou é joio ou é trigo
e a cegueira nessa guerra
fortalece o inimigo
que acha que a batalha
ele já venceu
mas o pobre canalha
sabe que tem muitos como eu

arretado, bicudo
brabo feito aguardente
vê o erro não fica mudo
e bate logo de frente
não se deixa leva
pela onda do momento
que vai sem escorrega
e pra alguns vira tormento

tormento que atormenta
faz mostra contradição
sem açúcar, sem menta
fala em revolução
pensa o mundo sem preguiça
pra fazer mudança
e se a máquina enguiça

ressurge a esperança


*Carol Miskalo

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