quarta-feira, 1 de junho de 2011

Quanto mais violência mais audiência - um motivo a mais para detestar a televisão




Que os meios de comunicação atualmente servem como aparelho reprodutor da ideologia dominante não é surpresa nenhuma. Mas é sempre necessário refletir sobre a forma que as mídias tratam a vida e a valorização do ser humano.
Leia a seguir uma reflexão sobre programas policiais que escrevi após acompanhar a grande matéria do dia!

Lamentável...

Me desculpem, mas tive que acompanhar a edição do programa de ontem para poder fazer uma crítica pontual sobre o tema.



Quantomais violência mais audiência
- um motivo a mais para detestar a televisão

Essedeve ser o lema desses apresentadores de programas policiais. Gente desse tipovive distinguindo gente boa de gente ruim, vive criticando pessoas que entramno crime, que cometem crimes, mas sua grande tristeza é chegar umasegunda-feira sem nenhum assassinato no fim de semana.

Porvolta das onze e meia da manhã, o apresentador do programa mais popular dacidade (dispenso citar nomes) interferiu na grade televisiva para anunciar a grandematéria. Para quem não acompanhou a situação foi a seguinte. Noite de segunda-feiraum rapaz entra em uma lan-house da cidade e dispara contra outro rapaz queestava distraído conversando no MSN.

Porquestões de segurança, o dono do estabelecimento havia instalado filmadoraspara registrar todos os movimentos da lan-house. Então, mais que depressa, osmocinhos da televisão iguaçuense foram ao local registrar mais um homicídio. Agoravocês já sabem qual foi o furo do fim de semana, né?

Nãobastando a super exposição do caso e mais uma vez uma situação de banalizaçãoda vida, o diálogo que se seguiu foi mais horrível ainda. O fulano fez sua falae disse “Em primeira mão para o programa X” e a apresentadora mais que depressarespondeu “Nossa, que bom!”.

Gente!!! O que é isso? Como uma pessoa pode ter essa resposta diante de um fato como esse? É inadmissível aceitarmos que aviolência seja tratada com tanta naturalidade. Não bastasse passar nesse horário,a matéria foi repetida 4 ou 5 vezes nos intervalos do programa.

Oque me preocupa mais ainda é como um programa como esse incentiva a violência ebanaliza cada vez mais a vida. E, outra coisa, como um apresentador pode falar mal de qualquer pessoa se sua grande fonte de renda é a morte desses jovens.

Umapessoa como esta não tem moral nenhuma para falar sobre a vida, sequer sobrequalquer tipo de mudança na sociedade. Isso porque essa pessoa está ali apenaspara reproduzir a ideologia burguesa e essa cultura do medo.

Quandoprendem gente rica, quando matam gente rica, não ficamos sabendo de nomes,rostos e nem a história nos chega completa. Agora se o crime é cometido porjovens moradores de periferias por que escrachar a situação dessa forma? E nãoadianta o apresentador dizer “É uma pena, por que no bairro mora muitotrabalhador”.

Tenhonoção do número de jovens que morre em Foz do Iguaçu. Sei também que não é sómorador de periferia que mata. Mas peço que reflitam comigo sobre os interessespor trás desses programas. Qual a necessidade de termos no horário de meio-diaum programa como esse?

Querodeixar bem explicada toda minha indignação e espero que vocês, leitor@s,entendam minhas preocupações. Ao contrário deste senhor, diante de qualquermorte ficarei triste. E enquanto este morto estiver sendo usado para enriqueceros donos dos meios de comunicação estarei lutando e discursando sobre avalorização da vida.

Quantomais violência mais ignorância e mais problemas sociais. Ao contrário de vocêque pensa “QUANTO MAIS VIOLÊNCIA MAIS AUDIÊNCIA”.


*Carol Miskalo acredita que existe uma outra forma de utilizarmos os meios de comunicação. Acredita também que a vida e o ser humano devem ser tratados com dignidade e valorização. Não somos robôs, somos seres humano!

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