A Cidade sem o homem não é nada
O homem sem a cidade parece não ter casa
A cidade tão grande tão maltratada
A cidade com tantas construções
A cidade mais que planejada
Uma cidade não almejada.
Um espaço para respirar
Pelas ruas crianças com latas em punho
Armas na cinta
E a crença no velho de vermelho
Pelos viadutos escuros prostituição as claras
Homens com fome de corpos violentados
Pelos viadutos casa lares de papel
E tijolos de sonhos destruídos
Um espaço para não chorar
Pelos prédios homens injustos engravatados
Pelos prédios deputados e suas putas
Senadores em suas cenas
Pelos ministérios os mistérios que deus duvida
Pelos prédios a ruína de um sistema
Um espaço pra que eu possa vomitar
Que a vida não queira
que eu seja como o homem da gravata florida.
Quero ser o homem da língua de trapo
O homem com furo no sapato
O homem digno e de luta
Que vê e entende que a história do panetone
não é a única
E que ela não pode se repetir
Carol Miskalo
"Senadores em suas cenas"
ResponderExcluireh tudo um teatro, mas infelizmente nós sabemos o que acontece nos bastidores e não fazemos nada para mudar o roteiro... =S
Belo poema
Parabéns Carol
Bjuuus
=]