segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Ato do Centro de Direitos Humanos

Dia 07/10 às 19h30min foi promovido o manifesto contra a violência, no Colégio Carmelita, organizado pelo CDHMFZ – Centro de Direitos Humanos e Memória de Foz do Iguaçu. O evento relembrou a chacina que houve há exatos quatro anos atrás, onde quatro adolescentes foram assassinados cruelmente no bairro Porto Belo, por nove policiais, sob a alegação de que os jovens estariam portando armas e faziam tráfico de drogas no município. Parentes e amigos dos jovens assassinados compareceram ao evento na esperança de que seja feita a justiça.
O Fronteira Zero compareceu ao ato de manifestação, onde estavam duas mídias da cidade fazendo uma “cobertura” sobre o evento. O manifesto contou com apresentações artísticas dos alunos da Casa do Teatro, uma breve apresentação do coordenador da Fundação Nosso Lar e um dos membros da diretoria do CDHMFOZ, quando colocaram em foco a questão dos direitos humanos e os abusos de autoridades enfrentados nas Três Fronteiras. No terceiro momento houve uma apresentação de Rap, onde foram cantadas músicas que retratam o cotidiano na fronteira e as frustrações da vida de viver em um país onde as leis nunca se aplicam a quem realmente merece, remetendo-se somente aqueles que “protegem” a lei, como diz na música da banda Dead Fish “sou eu que tomo bala dos que deviam me defender”.
A impunidade soma-se ao desinteresse das autoridades, e acaba por mais uma vez confirmar a ideia da Justiça injusta brasileira. A violência é posta como a única forma de resolver os problemas sociais, deixando à mostra a precariedade das políticas públicas, refletida na desigualdade social promovida pelo dito “sistema democrático” em que vivemos.
Nesse sentido, devemos ressaltar a importância de ações como esta, que manifestam a indignação da sociedade, muitas vezes mascarada e manipulada por ideologias majoritárias que negam suas raízes sociais.
Muitas mães choram por seus filhos enterrados, e outras choram por seus filhos perdidos no mundo da criminalidade, aqueles que não encontram lugar na sociedade individualista atual. O caso da chacina do Porto Belo infelizmente é só mais um entre tantos que ocorrem em Foz do Iguaçu, Brasil, América Latina e acabam caindo no esquecimento ou nos arquivos empoeirados de um fórum, mas para lembrar e perturbar esse sistema no qual só os grandes e os intocáveis ganham, a sociedade civil tem que se mostrar crítica, reivindicadora à frente dos movimentos.
“O povo tem a força, só precisa descobrir, se eles não fazem nada, faremos tudo daqui.” (Rap da Felicidade).
Parabéns a CDH - Foz do Iguaçu!


Texto retirado do blog: fronteira-zero.blogspot.com

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